Indígenas e três assessores iriam comprar 15 cartões com carga de R$ 10.Eles foram de táxi após serem avisados de que não teriam comprovante fiscal.
Um grupo de 13 índios xavantes, vindos do Mato Grosso na manhã desta sexta-feira (15), tentou usar o Metrô na estação Praça Onze para chegar ao Aterro do Flamengo, onde almoçaria, mas os indígenas desistiram de usar o transporte porque a atendente informou que não teria como fornecer recibo ou algum comprovante da compra dos cartões.
Os três assessores que acompanham os xavantes na viagem ao Rio é que precisavam dos documentos para a aquisição de 15 cartões do Metrô com carga de R$ 10, totalizando uma compra de R$ 150. "É um absurdo, pois precisamos fazer a prestação de contas de todo o traslado feito por eles desde Mato Grosso até chegar ao Rio e, também, pelo deslocamento deles durante a permanência na cidade", disse Andreia Fanzeres.
Grupo de índios xavantes parado diante da estação
Praça Onze do Metrô (Foto: Glauco Araújo/G1)
O cacique Damião Paridzané já esteve no Rio de Janeiro em outras três ocasiões. "Nunca andei de Metrô. Hoje seria a primeira vez. Estamos muito cansados da viagem de três dias que fizemos de ônibus para chegar aqui", disse ele.
O grupo precisou de quatro táxis para chegar ao Aterro do Flamengo, onde está montada a Cúpula dos Povos. Por não conhecerem a cidade com detalhes, eles pediram para serem deixados na frente do Palácio do Catete, de onde seguiram a pé até a cúpula. O problema é que apenas dois dos táxis chegaram ao local com os xavantes. O restante do grupo, nos outros dois táxis, ficou perdido e só se reencontrou cerca de 30 minutos depois do previsto.
O grupo está no Rio para questionar as promessas feitas na Rio92 para devolução do território tradicional, do povo indígena Xavante de Marãiwatsédé. Desde aquela época, o governo brasileiro afirma que a terra, de onde os indígenas foram retirados à força em 1966, deveria ser plenamente ocupada pelos índios. "São 46 anos de luta", disse o cacique Paridzané.
Outro lado
Em nota, o MetrôRio informou que fornece recibo na compra de passagem, desde que sejam comprados nas máquinas de autoatendimento. A concessionária informou ainda que está oferecendo 10 mil acessos gratuitos a participantes da Cúpula dos Povos
Ainda segundo o documento, o MetrôRio disse que imprevisto relatado pelos índios não se deve a falta de recibo, já que todas as suas 35 estações dispõem de máquinas de autoatendimento, que são os equipamentos que fornecem tal documento e não em compras na bilheteria.
A concessionária disse que está disponibilizando 10 mil acessos/dia gratuitos para os participantes da Cúpula dos Povos alojados no Sambódromo, até o dia 22 de junho, como é o caso dos xavantes.
O acesso ao embarque, de maneira gratuita, é feito mediante o uso de pulseira identificadora do evento, com embarques exclusivos na Estação Praça Onze, das 7h30 às 10h30, e Estação Glória, das 20h às 23h.
Glauco AraújoDo G1 RJ
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