As transformações capitalistas no espaço geográfico determinaram muitos efeitos nocivos para a sociedade e o meio ambiente.
A partir da segunda metade do século XX, os países começaram a organizar reuniões e definir metas para minimizar os efeitos da degradação ambiental
Partindo dos pressupostos estabelecidos pela cultura ocidental, a
preocupação com as questões ambientais tem na década de 1960 a sua
referência primordial. É necessário destacar a relação com a cultura
ocidental porque diversas sociedades e comunidades ao longo da história
tiveram uma relação de integração harmoniosa ou até mesmo de
contemplação junto à natureza, bem diferente das sociedades
ocidentalizadas que priorizavam a reprodução capitalista do espaço
geográfico.
Em meados do século XX, o capitalismo mundial conheceu o fenômeno de
expansão das empresas transnacionais, o que estreitou os laços
econômicos de interdependência entre os países desenvolvidos e as nações
subdesenvolvidas. A preocupação com a qualidade de vida da população de
países ricos fez com que as matrizes de grandes empresas enviassem suas
unidades poluidoras para alguns países subdesenvolvidos. Os países
receptores, atualmente classificados como países emergentes, receberam
essas empresas em prol de políticas desenvolvimentistas e da ideia de
progresso, por vezes orientadas por práticas de caráter populista ou
mesmo ditatoriais.
Apesar desse cenário, a preocupação ambiental tornou-se recorrente nos
meios acadêmicos e instituições políticas no decorrer da segunda metade
do século XX. A partir daí, podemos destacar os seguintes encontros e
conferências:
• Clube de Roma, 1968: encontro que reuniu
cientistas, economistas, empresários, intelectuais e alguns
representantes governamentais para discutir alguns dos principais
problemas ambientais. O primeiro encontro culminou com a produção de uma
obra intitulada “Os limites do crescimento”, no ano de 1972, livro
sobre meio ambiente que vendeu mais exemplares em todo o mundo. A
entidade existe até os dias atuais e o ex-presidente Fernando Henrique
Cardoso é um dos membros honorários do grupo.
• Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente - Conferência de Estocolmo, 1972:
primeiro evento ambiental organizado pela ONU. O encontro ficou
conhecido pelas declarações diplomáticas, que não definiram grandes
metas, mas tiveram como contribuição o estabelecimento de um debate
político mundial, contando com a presença de alguns dos mais importantes
chefes de Estado.
• Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento - Rio 92 ou ECO 92, 1992:
formação de princípios gerais, com uma ampla discussão sobre o conceito
de desenvolvimento sustentável, criado em 1987 pelo Relatório
Brundtland. Durante a Rio 92, foi apresentada a Agenda 21,
uma série de recomendações para as nações alcançarem o desenvolvimento
sustentável. Uma das principais contribuições do encontro foi a
Convenção Quadro sobre Mudança de Clima, responsável por debater as
mudanças climáticas globais e que idealizou o Protocolo de Kyoto.
• Protocolo de Kyoto, 1997: Determinou a redução de 5% nas emissões de CO2, tomando
como referência o ano de 1990, com validade até o ano de 2012. Os
Estados Unidos, que naquele momento eram os maiores emissores anuais de
CO2 e que ainda hoje são os maiores emissores de CO2 acumulado
desde a Revolução Industrial, não ratificaram o acordo.A Austrália
também não ratificou o protocolo em 1997, mudando a sua posição e
aceitando as condições de Kyoto apenas em 2007, durante a Conferência de
Bali. O protocolo apresentou possibilidades para a os países se
adaptarem às metas acordadas, o que ficou conhecido como Mecanismos de
Desenvolvimento Limpo, como os Créditos de Carbono. Os
créditos são emitidos pelas empresas ou pelos países que conseguiram
atingir as suas metas e são comprados por aqueles que não se adequaram,
de maneira a incentivar uma economia mais sustentável e fomentar
investimentos em fontes alternativas de energia.
• Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento - Rio + 20, 2012:
Buscou discutir o conceito de Economia Verde para alcançar o
desenvolvimento sustentável e a erradicação da pobreza, assim como o
papel das instituições nesse processo. Em razão de um cenário
internacional voltado para a crise econômica mundial e as divergências
entre os países desenvolvidos e os países emergentes, a reunião acabou
produzindo muitas recomendações, mas pouco avançou no estabelecimento de
metas para os diferentes grupos de países.
Júlio César Lázaro da Silva
Colaborador Brasil Escola
Graduado em Geografia pela Universidade Estadual Paulista - UNESP
Mestre em Geografia Humana pela Universidade Estadual Paulista - UNESP
Fonte: R7
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