sábado, outubro 27, 2012

BOM NEGÓCIO!


Plantar árvores é um bom negócio.

Plantar árvores - uma nova e boa opção para investir e ter uma renda garantida no futuro, sem contar com os benefícios ao meio ambiente, além de evitar o desmatamento das florestas.



O setor florestal brasileiro movimenta mais de US$40 bilhões de dólares (75 bilhões de reais) por ano. A demanda é grande e a oferta é pequena – um mercado altamente atrativo para investimentos, portanto plantar árvores é um bom negócio.

O consumo no Brasil é de 300 milhões de metros cúbicos de madeira, ao ano, e apenas 30% vêm do reflorestamento. Com as exigências rigorosas quanto à certificação de procedência e a pressão para a redução do corte de árvores nativas, o setor de reflorestamento cresce muito e atrai investidores.

Mudas de Mogno
O Mogno, por exemplo  considerado “Ouro verde” devido ao alto valor comercial, foi o responsável pela devastação das áreas indígenas da floresta amazônica. Hoje, considerado em extinção, é proibida a sua retirada da floresta. Apenas as árvores de plantio autorizado podem ser comercializadas. E a demanda é altíssima, tanto no mercado interno como externo. O investimento em mogno deve ser acompanhado por um técnico, para que seu retorno futuro seja garantido. Plantar árvores em terras ociosas e inaproveitadas, solos profundos, planos ou levemente ondulados, terras de uso agropecuário.

Veja estes números:
Em um hectare de terra é possível plantar 277 mudas de mogno. O primeiro desbaste se dá aos 9 anos, quando se corta a metade das árvores. O valor da madeira, hoje, seria de R$1700,00 o metro cúbico, receita de R$80 mil por hectare.

Aos 18 anos, será feito o segundo e último corte, quando o metro cúbico vale, em valores atuais, R$3.500,00 e a receita chega a R$450 000,00 por hectare. O investimento necessário. hoje, para plantar um hectare de mogno por 18 anos seria de R$73 000,00. 
Fonte Eng Agrônomo Rogério Emílio Chiabai - A Tribuna – 14/02/2010

Árvores de Eucaliptos
Plantar Eucalipto - O Brasil é um país de dimensão continental e de condições de clima e solo altamente favoráveis para a implantação de florestas. O desenvolvimento das espécies exóticas utilizadas, principalmente o pinus e o eucalipto, demonstra resultados espetaculares, com ciclos silviculturais entre 6 e 7 anos, bem diferentes dos países de grande tradição florestal, como a Suécia, Canadá e Austrália, cujos ciclos nunca são inferiores aos 60 e 80 anos.

"O eucalipto não foi escolhido por mero acaso"
É uma madeira potencialmente mais apropriada com algumas vantagens:
a) Rápido crescimento volumétrico e potencialidade para produzir árvores com boa forma;
b) Características silviculturais desejáveis, como bom incremento, boa forma, facilidade a programas de manejo e melhoramento, tratos culturais, desbastes, desramas etc;
c) Grande plasticidade do gênero, devido à grande diversidade de espécies, adaptando-se às mais diversas condições;
d) Elevada produção de sementes e facilidade de propagação vegetativa;
e) Adequação aos mais diferentes usos industriais, com ampla aceitação no mercado.

Em breve mais informações sobre as Madeiras de Lei que estão em extinção.

Orgânicos?


Por que consumir produtos Orgânicos?


Preocupação com a saúde - É a principal motivação dos consumidores de produtos orgânicos. Eles aspiram por uma alimentação mais saudável, natural e equilibrada. Você sabia que durante a existência de uma pessoa (com média de 70 anos) transitam cerca de 25 toneladas de alimento pelo sistema digestivo. Mesmo que contaminados com teores baixos de agentes químicos, pode ocorrer alguma intoxicação em determinado período do ciclo de vida. Um dos problemas no diagnóstico é que não existem sintomas característicos da epidemia de intoxicação subclínica por agrotóxico. Segundo HIGASHI (2002) , nenhum medicamento pode agir adequadamente em pacientes com acúmulo de agrotóxicos em seu organismo.

Meio ambiente - Pesquisa do IBOPE Opinião revela que os transgênicos não têm boa aceitação no Brasil. Enquanto existirem divergências entre os cientistas em relação a possíveis prejuízos à saúde e ao meio ambiente, 65% dos entrevistados afirmam que os transgênicos deveriam ser proibidos.

Melhor sabor - Encontrar o gosto autêntico dos alimentos no sabor das frutas, dos legumes e nas carnes provenientes de animais criados soltos é uma preocupação constante. Além disso, os alimentos orgânicos são livres de antibióticos, hormônios de crescimento, sendo processados sem o uso de aromas artificiais, conservantes e corantes.

Pesquisas de análise sensorial comparando alimentos orgânicos e convencionais mostraram superioridade do alimento orgânico, sobretudo em preparo ao vapor (Marinho Carvalho, 2004 - EMBRAPA ).

Referências: HIGASHI, T. Agrotóxicos e a saúde humana. Agroecologia Hoje. Ano II, N. 12, Dezembro 2001 - Janeiro 2002. p. 5-8.
Eco vida - CN GREEN

domingo, outubro 14, 2012

Justiça proíbe Incra de criar novos assentamentos no Pará

Justiça quer conter desmate nos assentamentos, responsável por 29,4 % do total do desmatamento na Amazônia. Foto: Jefferson Rudy/MMA
A Justiça Federal do Pará determinou que o Incra adote medidas para cessar o desmatamento em todos os 1.220 assentamentos instalados em território paraense. Pelos dados do INPE destacados da decisão judicial, quase 30% do desmatamento na Amazônia Legal registrado em 2011 aconteceu nos assentamentos.
Expedida pelo juiz federal Arthur Pinheiro Chaves, da 9ª Vara Federal, a decisão proíbe o órgão de Reforma Agrária de instalar novos assentamentos no Pará sem o prévio licenciamento aAmbiental e Cadastro Ambiental Rural (CAR).

Pelos dados apresentados no processo, apenas 14 dos 1.220 assentamentos criados no Pará possuem área desmatada inferior a 80%. É o inverso do que diz o Código Florestal Brasileiro, o qual determina uma área de reserva legal (não desmatada ou recomposta com vegetação da região) de 80% da área de propriedades rurais localizadas na Amazônia Legal.

Segundo o Ministério Público, autor da ação, cresceram continuamente nos últimos anos os danos que ocorrem nos assentamentos feitos em áreas destinadas à reforma agrária.

O juiz federal Arthur Pinheiro Chaves concordou com o entendimento do Ministério Público de que os procedimentos adotados pelo Incra na criação e instalação de assentamentos incentivam o desmatamento ilegal.

Para ilustrar a afirmação, a decisão judicial destacou o estudo do Imazon sobre o desmatamento em assentamentos. Segundo a ONG, no período 1997-2010, uma área de 53.150 quilômetros quadrados, ou cerca de 30% dos 1.440 assentamentos analisados foi desmatada.

O Incra agora fica obrigado a apresentar, num prazo de 30 dias, um plano de trabalho para a conclusão dos cadastros ambientais rurais e licenciamentos ambientais de todos os assentamentos no Pará. Em caso de descumprimento da decisão, o órgão de reforma agrária será multado em R$ 10 mil por dia.

Outra determinação que a Justiça Federal impôs ao Incra é de apresentar, em 90 dias, um plano de recuperação de todas as áreas degradadas apontadas na ação civil pública.

Em resposta, o Incra  divulgou uma nota afirmando que desde 2007 não cria assentamento sem licença ambiental prévia e que já marcou oficina entre os técnicos do Incra e parceiros para a discussão do Plano de Prevenção, Combate e Alternativas ao Desmatamento (PPCAD). O Instituto também afirmou que espera a intimação da Justiça para recorrer da decisão. 

((o)) ECO.

Daniele Bragança

 

domingo, outubro 07, 2012

Política e Meio Ambiente

As transformações capitalistas no espaço geográfico determinaram muitos efeitos nocivos para a sociedade e o meio ambiente.



A partir da segunda metade do século XX, os países começaram a organizar reuniões e definir metas para minimizar os efeitos da degradação ambiental
A partir da segunda metade do século XX, os países começaram a organizar reuniões e definir metas para minimizar os efeitos da degradação ambiental
Partindo dos pressupostos estabelecidos pela cultura ocidental, a preocupação com as questões ambientais tem na década de 1960 a sua referência primordial. É necessário destacar a relação com a cultura ocidental porque diversas sociedades e comunidades ao longo da história tiveram uma relação de integração harmoniosa ou até mesmo de contemplação junto à natureza, bem diferente das sociedades ocidentalizadas que priorizavam a reprodução capitalista do espaço geográfico.
Em meados do século XX, o capitalismo mundial conheceu o fenômeno de expansão das empresas transnacionais, o que estreitou os laços econômicos de interdependência entre os países desenvolvidos e as nações subdesenvolvidas. A preocupação com a qualidade de vida da população de países ricos fez com que as matrizes de grandes empresas enviassem suas unidades poluidoras para alguns países subdesenvolvidos. Os países receptores, atualmente classificados como países emergentes, receberam essas empresas em prol de políticas desenvolvimentistas e da ideia de progresso, por vezes orientadas por práticas de caráter populista ou mesmo ditatoriais.
Apesar desse cenário, a preocupação ambiental tornou-se recorrente nos meios acadêmicos e instituições políticas no decorrer da segunda metade do século XX. A partir daí, podemos destacar os seguintes encontros e conferências:
•          Clube de Roma, 1968: encontro que reuniu cientistas, economistas, empresários, intelectuais e alguns representantes governamentais para discutir alguns dos principais problemas ambientais. O primeiro encontro culminou com a produção de uma obra intitulada “Os limites do crescimento”, no ano de 1972, livro sobre meio ambiente que vendeu mais exemplares em todo o mundo. A entidade existe até os dias atuais e o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso é um dos membros honorários do grupo.
•          Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente - Conferência de Estocolmo, 1972: primeiro evento ambiental organizado pela ONU. O encontro ficou conhecido pelas declarações diplomáticas, que não definiram grandes metas, mas tiveram como contribuição o estabelecimento de um debate político mundial, contando com a presença de alguns dos mais importantes chefes de Estado. 
•          Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento - Rio 92 ou ECO 92, 1992: formação de princípios gerais, com uma ampla discussão sobre o conceito de desenvolvimento sustentável, criado em 1987 pelo Relatório Brundtland. Durante a Rio 92, foi apresentada a Agenda 21, uma série de recomendações para as nações alcançarem o desenvolvimento sustentável. Uma das principais contribuições do encontro foi a Convenção Quadro sobre Mudança de Clima, responsável por debater as mudanças climáticas globais e que idealizou o Protocolo de Kyoto.
•          Protocolo de Kyoto, 1997: Determinou a redução de 5% nas emissões de CO2, tomando como referência o ano de 1990, com validade até o ano de 2012. Os Estados Unidos, que naquele momento eram os maiores emissores anuais de CO2 e que ainda hoje são os maiores emissores de CO2 acumulado desde a Revolução Industrial, não ratificaram o acordo.A Austrália também não ratificou o protocolo em 1997, mudando a sua posição e aceitando as condições de Kyoto apenas em 2007, durante a Conferência de Bali. O protocolo apresentou possibilidades para a os países se adaptarem às metas acordadas, o que ficou conhecido como Mecanismos de Desenvolvimento Limpo, como os Créditos de Carbono. Os créditos são emitidos pelas empresas ou pelos países que conseguiram atingir as suas metas e são comprados por aqueles que não se adequaram, de maneira a incentivar uma economia mais sustentável e fomentar investimentos em fontes alternativas de energia.
•          Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento - Rio + 20, 2012: Buscou discutir o conceito de Economia Verde para alcançar o desenvolvimento sustentável e a erradicação da pobreza, assim como o papel das instituições nesse processo. Em razão de um cenário internacional voltado para a crise econômica mundial e as divergências entre os países desenvolvidos e os países emergentes, a reunião acabou produzindo muitas recomendações, mas pouco avançou no estabelecimento de metas para os diferentes grupos de países.

Júlio César Lázaro da Silva
Colaborador Brasil Escola
Graduado em Geografia pela Universidade Estadual Paulista - UNESP
Mestre em Geografia Humana pela Universidade Estadual Paulista - UNESP


Fonte: R7
 

segunda-feira, outubro 01, 2012

Apropriação verde” não passa de ideologia



Um artigo recente de três cientistas sociais britânicos promete mais dores de cabeça aos ambientalistas. Trata-se de “Green Grabbing: a new appropriation of nature?” (algo como “Acumulação verde: Uma nova modalidade de apropriação da terra?”), de James Fairhead, Melissa Leach e Ian Scoones, publicado em The Journal of Peasant Studies, Vol. 39, No. 2, páginas 237–261, 2012). Indo contra a corrente, os autores afirmam que a conservação de amostras de ecossistemas naturais através de áreas protegidas, tanto públicas como privadas, bem como a aplicação de iniciativas de compensação econômica pela retenção ou fixação de carbono, é uma perigosa réplica neoliberal do colonialismo e do neocolonialismo, que teria despojado de terra milhões de pessoas. Entre outras coisas, eles sentenciam que conservar a natureza dessa forma é uma imoralidade, embora por certo não mencionem quais são as alternativas.

Esses autores e alguns dos comentários favoráveis às suas especulações são cuidadosos em acumular num mesmo saco: (i) a compra de terras para fazer agricultura intensiva para commodities e para os supostamente desejáveis biocombustíveis, (ii) o estabelecimento de áreas protegidas, incluindo as que existem desde o século passado e, assim mesmo, (iii) os acordos entre os legítimos proprietários da terra, sejam indígenas ou camponeses, e os que negociam créditos de carbono, fora ou dentro dos acordos internacionais, como no caso da proposta conhecida como REDD ou REDD+ (redução de emissões de carbono por desmatamento e degradação evitados).  Juntar essas diferentes situações ajuda a defender a tese de que existe uma confabulação do neoliberalismo imperial para roubar a terra dos que a necessitam.

De fato, é evidente uma extraordinária expansão da demanda no mercado de terras para agricultura em todos os trópicos do mundo e, por certo, também na Amazônia, em especial na brasileira e agora também na colombiana. O pretexto “verde” para essa expansão, como no caso dos biocombustíveis é, e ninguém dúvida disso, uma falácia. Bem sabido, no processo da produção, distribuição e uso de biocombustíveis acumulam-se mais impactos negativos que positivos para o meio ambiente. Ainda assim, embora ecologicamente arriscada quando destrói florestas remanescentes, não cabe afirmar enfaticamente que a expansão atual da atividade agropecuária é sempre feita atropelando os direitos dos povos, como foi na época colonial africana. Lembre-se que na época colonial sul-americana quase ninguém se interessou por acumular terras na Amazônia.

Entretanto, os três ingleses não insistem demais nesse ponto. Ao contrário, focam suas baterias contra o estabelecimento de toda forma de áreas protegidas e os negócios de carbono. Eles nem se dão ao trabalho de distinguir entre as áreas de preservação permanente e aquelas de uso sustentável – que constituem a maior parte das áreas protegidas e que abrigam uma população local que nelas mora e trabalha, explorando os recursos naturais. Os autores tampouco oferecem cifras para justificar suas denúncias. Atacam com ferocidade todas as modalidades de transações por carbono ou por água que, como bem se sabe, em geral não geram transferência da posse sobre a terra. Nesse sentido, argumentam que as restrições ao uso da terra contidas nos acordos são injustas para com os seus habitantes.

Analisando caso a caso é, com efeito, possível que existam dentre os poucos negócios já realizados, alguns que contenham condições abusivas, especialmente quanto à repartição dos benefícios ou lucros. Outra coisa bem distante é sentenciar que toda opção de negócios de carbono é prejudicial aos povos locais. Pior, é uma inversão dos fatos. Mencionam o receio dos indígenas amazônicos por esses acordos, porém não reconhecem que estes estão aproveitando a oportunidade da aplicação de REDD ou REDD+ para reclamar ou consolidar seus direitos reais ou pretensos sobre a terra.  De qualquer modo, no Brasil, na Colômbia ou no Peru, os índios já são os maiores donos de terra na Amazônia e, obviamente, estão muito interessados nos negócios de carbono que podem beneficiá-los mais que qualquer outra iniciativa.

Os autores afirmam que suas conclusões são baseadas em evidências na África, Ásia e América. Contudo, nas 26 páginas do texto são escassas as provas de tais evidências. Na América do Sul, apenas uma é mencionada. Ela é discutível, pois se trata de uma denúncia unilateral referente a um conflito entre o turismo e habitantes do Parque Nacional Tayrona, da Colômbia. Conflitos como este ou de um caso também mencionado na Guatemala certamente ocorrem, mas são exceções e não a regra. Os poucos exemplos, controversos e cuidadosamente escolhidos para defender a tese, não dão legitimidade a uma generalização grosseira.

Preservar a natureza, para quê?

Como acontece com frequência, no intuito de ganhar notoriedade, os autores propalam uma mensagem perigosa. A conclusão óbvia da leitura deste texto é que não se deve preservar a natureza -- ela vai bem sem intervenção -- seja na forma de áreas protegidas de qualquer categoria ou através do pagamento por serviços ambientais aos donos da terra que preservam suas florestas. Isso vai contra tudo o que se sabe e o que pode ser feito para assegurar um futuro melhor à humanidade.

Na verdade, o que move os autores é pura ideologia. Eles denunciam o neoliberalismo e a economia de mercado.   Para eles, não é ético “vender natureza para salvá-la”. Novamente, o curioso é que o estabelecimento de áreas protegidas ou os negócios de carbono, tão atacados no artigo, em geral não envolvem nenhuma venda ou compra de terra.  Ou seja, elas não implicam arrebatamento de nada, o “grabbing” do título do artigo. A maior parte das áreas protegidas se estabeleceu sobre terra pública.  Os autores criticam o conceito dos certificados de conservação de áreas. Mencionam a modalidade “adote um hectare de parque” e, com óbvia má fé, ligam-na a uma alienação da propriedade, que no caso não acontece.

De outra lado, é difícil entender porque seria errado comprar terra para preservá-la.  Isso foi feito e incentivado pela The Nature Conservancy por muitas décadas e, na atualidade, grande parte da terra assim adquirida tem sido entregue aos governos, nacionais ou locais, para uso público.  A tese desses autores é um golpe baixo contra as reservas particulares de patrimônio natural do Brasil e de outros países, caso em que realmente existe compra e venda de terras. As reservas particulares são uma ferramenta essencial para a criação de corredores ecológicos. Qual é o problema de comprar terra para cuidar dela em vez de desmatar tudo para criar gado, plantar soja ou construir prédios?  

Na década de 50, protegia-se a natureza com base em argumentos éticos e estéticos. Dizia-se “o homem não tem o direito de destruir a obra de Deus”. Era a época da “proteção” da natureza. Essa filosofia pouco ajudou a conservar a natureza e seus recursos. Nos anos 80, inventou-se a “conservação” da natureza, acomodando critérios sociais e econômicos junto aos ecológicos e éticos. Mais tarde, devido ao crescimento desproporcionado da variável social, surgiu a deformação conhecida como “socioambientalismo”.  Muita terra foi aparentemente protegida, porém isso pouco adiantou, pois os habitantes dessas áreas não conseguiram compatibilizar a busca por prosperidade com conservação.

Já a partir deste século, com a chegada dos economistas ao debate, incorporaram-se outras opções mais pragmáticas, baseadas em mecanismos de mercado (“economia verde”). Elas podem funcionar melhor já que abrem um leque mais amplo de oportunidades, especialmente através do prêmio efetivo aos que cuidam do bem comum.

Contudo, esses teóricos sociais ingleses agora declaram que a Rio+20, ao preconizar a economia verde, está “pondo em risco as sociedades locais e que tem aumentado a percepção de que as soluções baseadas no mercado são a panaceia, cerceando o valor intrínseco da natureza”.

Parece que preconizam um retorno ao protecionismo contemplativo, sem proteger nada de concreto, apenas confiando na sabedoria humana.

A eventual aplicação da tese dos autores e dos seus defensores como Terry Sunderland, do Centro para a Investigação Forestal Internacional (CIFOR) -- uma instituição que no lugar de fazer pesquisa científica para o manejo sustentável das florestas, o que é seu mandato, dedica grande parte de seus esforços a promover um anacrônico socialismo florestal -- não deixaria instrumentos disponíveis para evitar o colapso do ambiente.

Com efeito, a consequência mais irritante dessa argumentação é que ela não propõe alternativas à evidência inegável da destruição do meio natural, dos recursos renováveis e do ambiente planetário. Trata-se de uma versão de esquerda do velho “laissez-faire, laissez-passer”. Nesse caso, deveria ser chamada “não se preocupe.... Deus proverá”.

((O)) Eco