sexta-feira, junho 15, 2012

Negociações de comitê da Rio+20 vão entrar pela noite, diz embaixador


Segundo o brasileiro Luiz Alberto Figueiredo, negociações estão intensas.
Ele disse que isso é parte das circuntâncias normais de conferências.

As negociações do Comitê Preparatório da Rio+20, Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, devem entrar pela noite desta sexta-feira (15), segundo o embaixador brasileiro Luiz Alberto Figueiredo, um dos negociadores-chefe da delegação brasileira na conferência.
Em entrevista coletiva no Riocentro, Figueiredo disse que "as negociações estão intensas e continuarão intensas pela noite adentro, o que é normal nessas situações", disse. Segundo ele, isso é parte das circunstâncias normais em grandes conferências assim. As reuniões do comitê sãoc conduzidas por diplomatas dos 193 países presentes à conferência.
O embaixador brasileiro Luiz Alberto Figueiredo, um dos negociadores-chefe da delegação brasileira na conferência. (Foto: Daniel Buarque/G1)O embaixador brasileiro Luiz Alberto Figueiredo, um dos negociadores-chefe da delegação brasileira na conferência. (Foto: Daniel Buarque/G1)
"O Comitê Preparatório se encerrará hoje em torno das 23h, 0h talvez. Isso é uma tentativa de obter o maior progresso possível até o fechamento do comitê, e não afasto a possibilidade de que mesmo após o fechamento, alguns grupos tentem fechar o texto"
Responsabilidade do Brasil 

Mais cedo, as negociações haviam sido prorrogadas até terça-feira (19). O anúncio foi feito pelo diretor da divisão de Desenvolvimento Sustentável da ONU, Nilchil Seth, durante coletiva de imprensa.

O embaixador destacou que a crise econômica internacional dificulta chegar a um consenso sobre o texto final. “Os negociadores atravessam um momento de crise econômica e eles se retraem nas suas decisões de atender os compromissos assumidos nessa área. Então, é natural que haja um esforço maior, uma negociação de tempo nessa área.”


O embaixador brasileiro afirmou que grupos de trabalho irão negociar pontos específicos de conflito do texto, depois desta sexta-feira. Os grupos serão comandados pelo Brasil, já que o país assumirá o comando da Rio+20 a partir desta sexta.
“Teremos grupos de trabalho para resolver pontos específico. A diferença é que a responsabilidade é do Brasil. Os grupos se reunirão sob a responsabilidade de brasileiros. Serão brasileiros que liderarão os grupos de contato, de trabalho, de discussão dos vários temas”, afirmou.
Ele destacou que as negociações terão ritmo acelerado e serão destinadas a resolver “temas importantes” do chamado Rascunho Zero. “Vamos imprimir dinâmica diferente já que estamos na fase final. Não é mais o momento de colocar o texto em tela e mudar verbos”, afirmou.
Ele disse que a intenção é encerrar a negociação antes do dia 19. No dia 20, chefes de Estado de mais de 100 nações chegarão ao Brasil para os últimos dias da conferência. “O prazo final é dia 19, mas nossa intenção é terminar antes. Tenho dito aos colegas que se eles querem um dia de descanso no Rio de Janeiro é melhor que seja agora.”
O Brasil, como país-sede, vai assumir a presidência da conferência a partir deste sábado, algo que já era algo esperado a essa altura das negociações. O país vai mediar as negociações diplomáticas em torno do documento final da cúpula da ONU, devido à falta de acordo entre os 193 países que negociam o texto que os chefes de Estado que vêm ao Rio devem aprovar na próxima semana. 
"A responsabilidade passa amanhã para o Brasil, que tem que decidir e explicar para os participantes qual é o programa para os próximos três dias. Os Estados-membros estão preocupados com os trabalhos da delegação. Esperamos que até 19 de junho esteja tudo concluído. A hora é de urgência. (...) O tempo não está a nosso favor," disse Seth.
De acordo com o representante da ONU, em apenas 28% do texto final houve consenso entre os países, mas, segundo ele, a maior parte das pendências do documento deverá chegar aos chefes de Estado já resolvida. "Não existe um plano B", disse.
Economia
Figueiredo afirmou ainda que a presidente Dilma Rousseff deverá tratar sobre as negociações da Rio+20 durante a cúpula, no México, do G20, grupo que reúne as 20 maiores economias do mundo.
“É previsível, sim, que haverá contatos no México sobre a Rio+20. Não há dúvidas que ela irá levantar pontos importantes sobre a conferência. Ela tem estado sempre muito interessada no que está acontecendo aqui e ela viajará para o México com uma informação completa do que está acontecendo aqui”, afirmou.
O G20 terá a presença de alguns chefes de Estado que não comparecerão à Rio+20, como o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, e o primeiro-ministro inglês, David Cameron.

Daniel Buarque e Nathalia Passarinho
Do G1, no Rio

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