domingo, novembro 25, 2012

"Arquitetura vegetariana"


Igreja construída por Simón Velez na Colômbia. Inspiração veio do caimento natural dos caules do bambu. Foto: Acervo Simón Velez
Simón Veléz, arquiteto colombiano, é um especialista em construir obras de grande porte com bambu. Com projetos em mais de 10 países, ele utiliza o chamado “aço vegetal” para erguer teatros, pontes, igrejas e até terminais rodoviários, que se distinguem pela aparência de leveza das suas estruturas.

Na sabedoria do Oriente, o bambu é tido como um material que acalma quando usado para revestir interiores. Por qualidades como estas, Veléz defende sua inclusão como um recurso que, brinca, pode levar a uma "dieta mais balanceada" no menu de materiais arquitetônicos.

Durante o Encontro de BioArquitetura (EBA 2012), realizado entre 8 e 10 de novembro em Nova Friburgo, ele discorreu sobre as técnicas que utiliza e que o tornaram uma referência no assunto. Em seguida, os Xavantes presentes mostraram como se constrói uma oca.

Técnica sem improviso

O uso do bambu pode soar como uma prática artesanal, mas, ao contrário, trata-se de refinada técnica. Veléz é meticuloso e trabalha em parceria com engenheiros para garantir a robustez dos seus projetos.

No Expo Shangai 2010, ele projetou e construiu o pavilhão da Índia, uma metáfora do mercado e do templo, o último coberto por um grande domo, claro, todo construído de bambu. Para aguentar estruturas com pesos de até 250 kg por m2, como foi o caso desse projeto, o segredo de Veléz é injetar cimento diluído com água, dentro dos colmos (nome dado aos segmentos ocos do caule do bambu) antes das perfurações com parafusos. Dessa forma, evitam-se rupturas de conexões, sem diminuir a flexibilidade do material.

Outra peculiaridade é utilizar os rizomas do bambu - parte mais forte da planta e geralmente encurvada - para obter “figuras primitivas” no acabamento de tetos e paredes. Veléz trabalhou essa solução em sedes de fazendas, casas particulares e lobbys de hotéis.




Para afastar os fungos que levariam à decadência das estruturas,  sua equipe aplica injeções de cipermetrina, um inseticida biodegradável, nos entrenós das centenas ou até milhares de ripas utilizadas. Para impedir a transmissão da humidade do solo, a ponta dessas ripas é isolada por suportes de aço inox. O contato com a terra reduziria a vida útil do bambu.

Além do visual orgânico, suas obras evitam materiais não renováveis.  O bambu cresce rápido e, por isso, é fácil de repor. Essa velocidade o transforma em um bom sequestrador de carbono da atmosfera. Há espécies de bambu que crescem em média 23 centímetros por dia.

Durante a conferência, Veléz disse: “Incentivo uma dose mais vegetariana a essa arquitetura mineral que apenas usa cimento, aço, vidro e ladrilho. É como na culinária, que se vêm incentivando o consumo de mais proteína vegetal, em vez da animal".

Oficina de Oca

No último dia do Encontro de BioArquitetura, no município de Bom Jardim, 4 índios Xavantes se uniram a monitores do Tibá (Centro de Tecnologia Intuitiva e BioConstrução) para construir uma oca.

Peter van Lengen , curador do evento, explicou aos cerca de 50 participantes que houve uma mistura de métodos na preparação do protótipo. “Fizemos uma fundação de pedras, técnica típica de 'não-índios', para reforçar a base da casa e impedir que o revestimento entre em contato com a umidade do chão, garantindo durabilidade.”

As paredes da oca foram feitas de pau-a-pique de bambu, amarrado com fibras internas do caule de árvores, cobertas com uma inusitada mistura de terra, água e esterco de equinos.

Lengen explicou que os 25% de esterco contidos no material das paredes produz uma reação química com a argila da terra, transformando-se em um concreto natural bastante resistente à erosão.


Eco-lodge Crosswaters, na China. Foto: Acervo Simón Velez    Arquitetura ritual

O formato circular adotado na construção foi uma referência à cultura indígena. Um dos Xavantes explicou que em suas aldeias as ocas também estão dispostas em círculo, de forma que o espaço entre elas se torne um local de encontros e comemorações.

No centro da oca, um tronco de pau-canela fez o papel de coluna estrutural. A distância dali até as paredes foi medida da maneira mais simples e funcional: igual ao comprimento de uma rede de dormir.

A forragem do teto com fardos de folhas de palmeira foi uma novidade que os índios apresentaram aos “Tibanos” – como são chamados os aprendizes do centro. Segundo Lengen, funcionou como inversor térmico, mantendo o ambiente mais fresco em dias quentes. “O que fizemos aqui foi um brinquedo. Com mais tempo e material poderíamos fazer uma ótima casa ou restaurante”, disse.



Reconstrução

Thiago Mello, diretor do Instituto Serrano de Economia Criativa (ISEC), um dos parceiros do evento, acredita que casas bioconstruídas seriam soluções mais inteligentes para pessoas desalojadas pela enxurrada de 2011, ocorrida em Nova Friburgo. “Fomos vítimas da maior catástrofe natural do Brasil e podemos nos tornar paradigmáticos reconstruindo áreas da cidade segundo princípios da permacultura, que são conscientes ecologicamente e estimulam princípios de economia localizada.”


Mello conta que o ISEC fez um acordo com o Sindicato de Construtores de Nova Friburgo (Sinduscon) para promover à diminuição de resíduos, através da capacitação dos construtores, e, também, para ajudá-los a obter certificações ambientais para as novas construções. “Empreiteiros da cidade estão assistindo as palestras. Fomentar a assimilação desses novos conceitos é um resultado positivo desse encontro”.


Apesar dos esforços, Mello declara que a resistência a mudanças pode estar próxima: “Estou em vias de construir minha casa e abraço essas propostas, já minha esposa, nem tanto”.


Fonte: ((O)) Eco
Gabriela Machado André

Projeto do Porto Sul

Exigências do Ibama diminuem impactos ambientais e melhoram projeto do Porto Sul


Brasília (21/11/2012) - O Ibama emitiu no último dia 14/11 a licença prévia para o Porto Sul, situado em Ilhéus/BA. Com as exigências de alteração do projeto feitas pelo Ibama ao longo do processo, o empreendimento teve significativa redução dos impactos ambientais. A melhoria da tecnologia empregada também resultou em redução do prazo de implantação e do custo final de implantação da obra.


Todas estas alterações têm implicações positivas diretas na qualidade ambiental da área, uma vez que reduzem o período em que a fauna e flora estarão sob impactação das obras, reduz a perda de indivíduos tanto pela redução do volume dragado quanto pelo menor soterramento durante o descarte do material. Com as mudanças, a barreira de corais da região também deixa de ser afetada. As alterações viabilizaram também a redução de impactos aos moradores da região, como, por exemplo, menor tempo de exposição a ruídos e vibrações e ao tráfego de caminhões, bem como a diminuição das desapropriações.

Além dos R$ 850 milhões economizados (o custo global inicial era R$ 3,6 bilhões e, após as alterações, ficou em R$ 2,75 bilhões), destacam-se a redução do comprimento do quebra-mar, de 2100 para 1800 metros; a redução do volume de rochas necessárias, de 14,2 para 11,7 milhões de metros cúbicos, e de dragagem de sedimentos, de 36 para 16,5 milhões de m³; a redução das alterações na linha de costa; a redução da Área Diretamente Afetada - ADA terrestre; e a alteração da área de descarte, de 200 para 500 metros de profundidade.

Com a finalidade de movimentação de minério de ferro, clínquer, soja, etanol, fertilizantes e outros granéis sólidos, o empreendimento, sob responsabilidade do Departamento de Infraestrutura de Transporte da Bahia (Derba), tem retroárea de 1224,9 ha e compreende o Terminal de Uso Privativo da empresa Bahia Mineração (TUP-Bamin) e o Terminal Público do Governo do Estado da Bahia.

O processo de licenciamento ambiental do terminal da Bahia Mineração teve início em 2008, com sua viabilidade ambiental negada pelo Ibama em 2010 na localização anterior (localidade de Ponta da Tulha, Município de Ilhéus). O processo do Porto Sul teve início em 2009 e, posteriormente à decisão referente à inviabilidade do Terminal Portuário da Bahia Mineração S/A em Ponta da Tulha, esses processos de licenciamento foram unificados, e novos estudos foram iniciados para avaliação da viabilidade ambiental do Porto Sul. No ano de 2011, foi protocolado no Ibama o EIA/Rima referente ao Porto Sul, incluindo o Terminal Portuário da Bahia Mineração S/A, com localização proposta para Aritaguá.

Após sete audiências públicas, vistorias técnicas e análises de complementações e demais documentos encaminhados, o Ibama emitiu parecer favorável à implantação do projeto mediante cumprimento de condicionantes e medidas ambientais.


Fonte: IBAMA
Ascom Ibama

NOTICIAS IBAMA

Ibama contribui para identificação de nova espécie de bromélia       


Campo Grande (23/11/2012) - Com o apoio logístico da Diretoria de Biodiversidade e Florestas (DBFlo) e apoio técnico da Superintendência do Ibama de Mato Grosso do Sul (Supes/MS), foi realizada, em setembro de 2011, uma expedição nas Serras de Maracaju e Pimenteira, localizadas na borda do Pantanal sul-matogrossense, com o objetivo de coletar espécimes das famílias botânicas Cactaceae (cactus) e Bromeliaceae (bromélias). De acordo com os resultados, foi descoberta uma espécie nova de Bromeliaceae para a ciência, intitulada Dyckia pottiorum Leme, conforme artigo científico publicado na revista internacional Phytotaxa. Foram também redescobertas as espécies Fosterella hatschbachii L.B.Sm & R.W. Read e Encholirium lymanianum E. Pereira & Martinelli.


Segundo a analista ambiental da Supes/MS, Joanice Lube Battilani, ações dessa natureza permitem ampliar o conhecimento da distribuição das espécies, a exemplo da identificação da ocorrência do cactus Discocactus ferricola em área de siltito e arenito na Serra da Pimenteira, no município de Rio Verde de Mato Grosso, sendo até então considerado endêmico no município de Corumbá/MS. “´É importante a identificação das espécies das famílias Cactaceae e Bromeliaceae visando a proteção das suas áreas de ocorrência, uma vez que a maioria das espécies pertencentes a essas famílias estão na lista oficial de espécies da flora ameaçadas de extinção e nos anexos da Cites”, informou.

Fonte: Ibama
Supes/MS

segunda-feira, novembro 19, 2012

NOTICIAS IBAMA

Ibama apreende 915 toras e cessa extração ilegal de madeira às margens do Curuatinga, no Pará


 

Itaituba (16/11/2012) —  O Ibama desarticulou uma grande exploração ilegal de madeira, esta semana, às margens do rio Curuatinga, a cerca de 150 km de Santarém, no oeste do Pará. Os agentes ambientais chegaram de helicóptero ao local, uma área isolada na floresta, e flagraram os madeireiros em atividade à luz do dia. Na ação, o instituto apreendeu 915 toras de madeira de alto valor econômico — como maçaranduba, ipê e jatobá —, dois tratores e um caminhão. Uma balsa com 70 toras também foi detida quando já estava carregada para subir o rio e abastecer empresas na capital do estado.

A região do rio Curuatinga, segundo o Ibama, atrai extratores ilegais de Santarém, Prainha, Uruará e Medicilândia em razão do escoamento fácil do produto florestal pelo rio Amazonas até Belém, de onde as madeiras mais nobres são exportadas para Europa e EUA.
"É uma região extensa, com acesso difícil por meio terrestre, mas são as madeireiras da capital que financiam o crime ambiental aqui", explica o chefe da Fiscalização do Ibama em Santarém, Tiago Jara, que coordenou a ação. Segundo ele, após sair da floresta, a madeira recebe documentos fraudados (Guias Florestais) e já chega "esquentada" no pátio das empresas.
Na área da extração ilegal, o Ibama localizou vários pátios de estocagem espalhados na mata ciliar. De acordo com o chefe da Fiscalização, as margens do Curuatinga serão monitoradas de helicóptero até a retirada das toras apreendidas. A madeira será aplicada em obras sociais, após a conclusão do processo de doação no Ibama.


Nelson Feitosa
Ascom Ibama/PA
foto: Tiago Jara

NOTICIAS IBAMA

Ibama alerta para o início do defeso da Piracema no AM


Manaus (16/11/2012) - Em detrimento a Instrução Normativa nº 45 do Ministério do Meio Ambiente, será instaurado do dia 15 de novembro de 2012 a 15 de março de 2013, a proibição à pesca, transporte, armazenagem, beneficiamento e comercialização das espécies: matrinxã, pirapitinga, sardinha, pacu, aruanã e mapará em toda a bacia hidrográfica Amazônica, essa proteção anual é conhecida como: período do defeso da piracema.

Desde de 2005 o defeso é aplicado anualmente neste período pois essas espécies realizam migrações reprodutivas, tróficas e de dispersão. Durante a época de cheia entra na mata inundada, onde se alimenta de frutos ou sementes. Na seca dos rios as espécies nadam contra a correnteza para  poderem realizar seu processo reprodutivo, por isso sua exploração se torna proibida neste período.
Os  estabelecimentos que possuem o peixe em estoque tais como: frigoríficos, restaurantes e outros que adquiriram os  pescados antes do defeso, podem fazer sua comercialização, desde que declarem o estoque no Ibama, no período de 15 a 19 de novembro, e recebam autorização para o comércio.
Para quem descumprir a lei fazendo o uso indevido do peixe agindo ilegalmente e for pego pescando, transportando, comercializando e até mesmo comprando, serão aplicadas as devidas penalidades com multas de R$ 700,00 e que podem chegar a R$ 100 mil por quilo ou fração do produto da pescaria.

Fonte: IBAMA
,Ascom/Ibama/AM

BP pagará multa de US$ 4,5 bilhões por vazamento de óleo em 2010


É a maior multa criminal já paga na história dos EUA, segundo agências.

Empresa se declarou culpada pelo acidente e pelo derramamento de óleo.


A petrolífera britânica BP declarou-se culpada nesta quinta-feira (15) das acusações criminais relacionadas com o vazamento de petróleo no Golfo do México em abril de 2010 e concordou em pagar US$ 4,5 bilhões ao longo de seis anos ao governo dos EUA, segundo comunicado divulgado pela empresa.

Bombeiros combatem as chamas remanescentes do acidente no Golfo do México em foto de arquivo de abril de 2010 (Foto: U.S. Coast Guard/Handout/Files/Reuters)Bombeiros combatem as chamas remanescentes do acidente no Golfo do México em foto de arquivo de abril de 2010 (Foto: U.S. Coast Guard/Handout/Files/Reuters)

Segundo a nota, a empresa vai pagar US$ 4 bilhões, em cinco anos, ao Departamento de Justiça dos EUA para finalizar todas as reclamações pelo pior derramamento de petróleo na história do país e outros US$ 525 milhões, em três anos, à SEC (Securities and Exchange Commission) por reclamações aos órgãos reguladores. O acordo ainda tem de ser aprovado em tribunal federal no país.

Desde o início, temos respondido ao vazamento, pagamos reivindicações legítimas e financiamos esforços de restauração no Golfo. Pedimos desculpas por nosso papel no acidente e, como a resolução de hoje com o governo dos EUA ainda reflete, aceitamos a responsabilidade por nossas ações", escreveu o presidente-executivo da BP, Bob Dudley.
Segundo as agências de notícias, o valor pago é recorde por uma multa criminal norte-americana. O recorde anterior era detido pela Pfizer Inc, que pagou uma multa de US$ 1,3 bilhões em 2009 por uma fraude de marketing.

O desastre ambiental de Deepwater Horizon, no Golfo do México, ocorreu em abril de 2010 e 11 trabalhadores morreram.
A empresa disse ainda estar preparada para se defender de outras reclamações civis.


Do G1,

PLANETA ANIMAL



Veja lista com 'duelos de titãs' no mundo animal

Em 2009, fotógrafo registrou combate entre cobra e jacaré.
Em 2010, crocodilo levou a melhor em duelo contra tubarão.


Confira abaixo duelos entre grandes predadores. A lista traz, por exemplo, embates entre uma píton e um aligátor, na Flórida (EUA), e entre uma elefanta e um crocodilo, em Zâmbia.

Píton e aligátor foram flagrados em combate mortal em 2009 no Parque Nacional Everglades, na Flórida (EUA). (Foto: Lori Oberhofer/National Park Service/AP)Píton e aligátor (jacaré americano) foram flagrados em combate mortal em 2009 no Parque Nacional Everglades, na Flórida (EUA). (Foto: Lori Oberhofer/National Park Service/AP)
Em 2010, um crocodilo mordeu a tromba de uma elefanta quando ela tomava água em um rio no Parque Nacional de South Luangwa, em Zâmbia. Após lutar, a elefanta conseguiu se soltar do ataque do réptil. (Foto: Martin Nyfeler/Barcroft Media/Getty Images)Em 2010, um crocodilo mordeu a tromba de uma elefanta quando ela tomava água em um rio no Parque Nacional de South Luangwa, em Zâmbia. Após lutar, a elefanta conseguiu se soltar do ataque do réptil. (Foto: Martin Nyfeler/Barcroft Media/Getty Images)
Em 2010, um grupo de turistas do Parque Nacional de Kakadu, no Território do Norte, na Austrália, acompanhou o ataque de um crocodilo de água salgada a um tubarão-touro. O réptil de cinco metros mostrou quem era o rei do pântano ao abocanhar o tubarão que, segundo o guia turístico, deveria ter três metros de comprimento. (Foto: Reprodução)Em 2010, um grupo de turistas do Parque Nacional de Kakadu, no Território do Norte, na Austrália, acompanhou o ataque de um crocodilo de água salgada a um tubarão-touro. O réptil de cinco metros mostrou quem era o rei do pântano ao abocanhar o tubarão que, segundo o guia turístico, deveria ter três metros de comprimento. (Foto: Reprodução)
Ursos polares lutam em Cape Churchill, em Manitoba, no Canadá.  (Foto: Barcroft Media/Getty Images)Em foto divulgada em 2011, ursos polares lutam em Cape Churchill, em Manitoba, no Canadá. (Foto: Barcroft Media/Getty Images)
Em foto divulgada em 2011, hipopótamos durante briga em rio em Botsuana. (Foto: Steve Bloom/Barcroft Media/Getty Images)Em foto divulgada em 2011, hipopótamos durante briga em rio em Botsuana. (Foto: Steve Bloom/Barcroft Media/Getty Images)
Em foto divulgada em 2011, dois elefantes são fotografados lutando em Botsuana. (Foto: Steve Bloom/Barcroft Media/Getty Images)Em foto divulgada em 2011, dois elefantes são fotografados lutando em Botsuana. (Foto: Steve Bloom/Barcroft Media/Getty Images)
Em 2010, o fotógrafo britânico Mike Bailey flagrou uma luta entre um leopardo e uma fêmea de javali em uma área do rio Kwando, em Botsuana. Para surpresa de Bailey, a javali se defendeu e venceu a batalha que durou cerca de 10 minutos.  (Foto: Mike Bailey/Barcroft Media/Getty Images)Em 2010, o fotógrafo britânico Mike Bailey flagrou uma luta entre um leopardo e uma fêmea de javali em uma área do rio Kwando, em Botsuana. Para surpresa de Bailey, a javali se defendeu e venceu a batalha que durou cerca de 10 minutos. (Foto: Mike Bailey/Barcroft Media/Getty Images)
 
Do G1, em São Paulo

sábado, outubro 27, 2012

BOM NEGÓCIO!


Plantar árvores é um bom negócio.

Plantar árvores - uma nova e boa opção para investir e ter uma renda garantida no futuro, sem contar com os benefícios ao meio ambiente, além de evitar o desmatamento das florestas.



O setor florestal brasileiro movimenta mais de US$40 bilhões de dólares (75 bilhões de reais) por ano. A demanda é grande e a oferta é pequena – um mercado altamente atrativo para investimentos, portanto plantar árvores é um bom negócio.

O consumo no Brasil é de 300 milhões de metros cúbicos de madeira, ao ano, e apenas 30% vêm do reflorestamento. Com as exigências rigorosas quanto à certificação de procedência e a pressão para a redução do corte de árvores nativas, o setor de reflorestamento cresce muito e atrai investidores.

Mudas de Mogno
O Mogno, por exemplo  considerado “Ouro verde” devido ao alto valor comercial, foi o responsável pela devastação das áreas indígenas da floresta amazônica. Hoje, considerado em extinção, é proibida a sua retirada da floresta. Apenas as árvores de plantio autorizado podem ser comercializadas. E a demanda é altíssima, tanto no mercado interno como externo. O investimento em mogno deve ser acompanhado por um técnico, para que seu retorno futuro seja garantido. Plantar árvores em terras ociosas e inaproveitadas, solos profundos, planos ou levemente ondulados, terras de uso agropecuário.

Veja estes números:
Em um hectare de terra é possível plantar 277 mudas de mogno. O primeiro desbaste se dá aos 9 anos, quando se corta a metade das árvores. O valor da madeira, hoje, seria de R$1700,00 o metro cúbico, receita de R$80 mil por hectare.

Aos 18 anos, será feito o segundo e último corte, quando o metro cúbico vale, em valores atuais, R$3.500,00 e a receita chega a R$450 000,00 por hectare. O investimento necessário. hoje, para plantar um hectare de mogno por 18 anos seria de R$73 000,00. 
Fonte Eng Agrônomo Rogério Emílio Chiabai - A Tribuna – 14/02/2010

Árvores de Eucaliptos
Plantar Eucalipto - O Brasil é um país de dimensão continental e de condições de clima e solo altamente favoráveis para a implantação de florestas. O desenvolvimento das espécies exóticas utilizadas, principalmente o pinus e o eucalipto, demonstra resultados espetaculares, com ciclos silviculturais entre 6 e 7 anos, bem diferentes dos países de grande tradição florestal, como a Suécia, Canadá e Austrália, cujos ciclos nunca são inferiores aos 60 e 80 anos.

"O eucalipto não foi escolhido por mero acaso"
É uma madeira potencialmente mais apropriada com algumas vantagens:
a) Rápido crescimento volumétrico e potencialidade para produzir árvores com boa forma;
b) Características silviculturais desejáveis, como bom incremento, boa forma, facilidade a programas de manejo e melhoramento, tratos culturais, desbastes, desramas etc;
c) Grande plasticidade do gênero, devido à grande diversidade de espécies, adaptando-se às mais diversas condições;
d) Elevada produção de sementes e facilidade de propagação vegetativa;
e) Adequação aos mais diferentes usos industriais, com ampla aceitação no mercado.

Em breve mais informações sobre as Madeiras de Lei que estão em extinção.

Orgânicos?


Por que consumir produtos Orgânicos?


Preocupação com a saúde - É a principal motivação dos consumidores de produtos orgânicos. Eles aspiram por uma alimentação mais saudável, natural e equilibrada. Você sabia que durante a existência de uma pessoa (com média de 70 anos) transitam cerca de 25 toneladas de alimento pelo sistema digestivo. Mesmo que contaminados com teores baixos de agentes químicos, pode ocorrer alguma intoxicação em determinado período do ciclo de vida. Um dos problemas no diagnóstico é que não existem sintomas característicos da epidemia de intoxicação subclínica por agrotóxico. Segundo HIGASHI (2002) , nenhum medicamento pode agir adequadamente em pacientes com acúmulo de agrotóxicos em seu organismo.

Meio ambiente - Pesquisa do IBOPE Opinião revela que os transgênicos não têm boa aceitação no Brasil. Enquanto existirem divergências entre os cientistas em relação a possíveis prejuízos à saúde e ao meio ambiente, 65% dos entrevistados afirmam que os transgênicos deveriam ser proibidos.

Melhor sabor - Encontrar o gosto autêntico dos alimentos no sabor das frutas, dos legumes e nas carnes provenientes de animais criados soltos é uma preocupação constante. Além disso, os alimentos orgânicos são livres de antibióticos, hormônios de crescimento, sendo processados sem o uso de aromas artificiais, conservantes e corantes.

Pesquisas de análise sensorial comparando alimentos orgânicos e convencionais mostraram superioridade do alimento orgânico, sobretudo em preparo ao vapor (Marinho Carvalho, 2004 - EMBRAPA ).

Referências: HIGASHI, T. Agrotóxicos e a saúde humana. Agroecologia Hoje. Ano II, N. 12, Dezembro 2001 - Janeiro 2002. p. 5-8.
Eco vida - CN GREEN

domingo, outubro 14, 2012

Justiça proíbe Incra de criar novos assentamentos no Pará

Justiça quer conter desmate nos assentamentos, responsável por 29,4 % do total do desmatamento na Amazônia. Foto: Jefferson Rudy/MMA
A Justiça Federal do Pará determinou que o Incra adote medidas para cessar o desmatamento em todos os 1.220 assentamentos instalados em território paraense. Pelos dados do INPE destacados da decisão judicial, quase 30% do desmatamento na Amazônia Legal registrado em 2011 aconteceu nos assentamentos.
Expedida pelo juiz federal Arthur Pinheiro Chaves, da 9ª Vara Federal, a decisão proíbe o órgão de Reforma Agrária de instalar novos assentamentos no Pará sem o prévio licenciamento aAmbiental e Cadastro Ambiental Rural (CAR).

Pelos dados apresentados no processo, apenas 14 dos 1.220 assentamentos criados no Pará possuem área desmatada inferior a 80%. É o inverso do que diz o Código Florestal Brasileiro, o qual determina uma área de reserva legal (não desmatada ou recomposta com vegetação da região) de 80% da área de propriedades rurais localizadas na Amazônia Legal.

Segundo o Ministério Público, autor da ação, cresceram continuamente nos últimos anos os danos que ocorrem nos assentamentos feitos em áreas destinadas à reforma agrária.

O juiz federal Arthur Pinheiro Chaves concordou com o entendimento do Ministério Público de que os procedimentos adotados pelo Incra na criação e instalação de assentamentos incentivam o desmatamento ilegal.

Para ilustrar a afirmação, a decisão judicial destacou o estudo do Imazon sobre o desmatamento em assentamentos. Segundo a ONG, no período 1997-2010, uma área de 53.150 quilômetros quadrados, ou cerca de 30% dos 1.440 assentamentos analisados foi desmatada.

O Incra agora fica obrigado a apresentar, num prazo de 30 dias, um plano de trabalho para a conclusão dos cadastros ambientais rurais e licenciamentos ambientais de todos os assentamentos no Pará. Em caso de descumprimento da decisão, o órgão de reforma agrária será multado em R$ 10 mil por dia.

Outra determinação que a Justiça Federal impôs ao Incra é de apresentar, em 90 dias, um plano de recuperação de todas as áreas degradadas apontadas na ação civil pública.

Em resposta, o Incra  divulgou uma nota afirmando que desde 2007 não cria assentamento sem licença ambiental prévia e que já marcou oficina entre os técnicos do Incra e parceiros para a discussão do Plano de Prevenção, Combate e Alternativas ao Desmatamento (PPCAD). O Instituto também afirmou que espera a intimação da Justiça para recorrer da decisão. 

((o)) ECO.

Daniele Bragança

 

domingo, outubro 07, 2012

Política e Meio Ambiente

As transformações capitalistas no espaço geográfico determinaram muitos efeitos nocivos para a sociedade e o meio ambiente.



A partir da segunda metade do século XX, os países começaram a organizar reuniões e definir metas para minimizar os efeitos da degradação ambiental
A partir da segunda metade do século XX, os países começaram a organizar reuniões e definir metas para minimizar os efeitos da degradação ambiental
Partindo dos pressupostos estabelecidos pela cultura ocidental, a preocupação com as questões ambientais tem na década de 1960 a sua referência primordial. É necessário destacar a relação com a cultura ocidental porque diversas sociedades e comunidades ao longo da história tiveram uma relação de integração harmoniosa ou até mesmo de contemplação junto à natureza, bem diferente das sociedades ocidentalizadas que priorizavam a reprodução capitalista do espaço geográfico.
Em meados do século XX, o capitalismo mundial conheceu o fenômeno de expansão das empresas transnacionais, o que estreitou os laços econômicos de interdependência entre os países desenvolvidos e as nações subdesenvolvidas. A preocupação com a qualidade de vida da população de países ricos fez com que as matrizes de grandes empresas enviassem suas unidades poluidoras para alguns países subdesenvolvidos. Os países receptores, atualmente classificados como países emergentes, receberam essas empresas em prol de políticas desenvolvimentistas e da ideia de progresso, por vezes orientadas por práticas de caráter populista ou mesmo ditatoriais.
Apesar desse cenário, a preocupação ambiental tornou-se recorrente nos meios acadêmicos e instituições políticas no decorrer da segunda metade do século XX. A partir daí, podemos destacar os seguintes encontros e conferências:
•          Clube de Roma, 1968: encontro que reuniu cientistas, economistas, empresários, intelectuais e alguns representantes governamentais para discutir alguns dos principais problemas ambientais. O primeiro encontro culminou com a produção de uma obra intitulada “Os limites do crescimento”, no ano de 1972, livro sobre meio ambiente que vendeu mais exemplares em todo o mundo. A entidade existe até os dias atuais e o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso é um dos membros honorários do grupo.
•          Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente - Conferência de Estocolmo, 1972: primeiro evento ambiental organizado pela ONU. O encontro ficou conhecido pelas declarações diplomáticas, que não definiram grandes metas, mas tiveram como contribuição o estabelecimento de um debate político mundial, contando com a presença de alguns dos mais importantes chefes de Estado. 
•          Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento - Rio 92 ou ECO 92, 1992: formação de princípios gerais, com uma ampla discussão sobre o conceito de desenvolvimento sustentável, criado em 1987 pelo Relatório Brundtland. Durante a Rio 92, foi apresentada a Agenda 21, uma série de recomendações para as nações alcançarem o desenvolvimento sustentável. Uma das principais contribuições do encontro foi a Convenção Quadro sobre Mudança de Clima, responsável por debater as mudanças climáticas globais e que idealizou o Protocolo de Kyoto.
•          Protocolo de Kyoto, 1997: Determinou a redução de 5% nas emissões de CO2, tomando como referência o ano de 1990, com validade até o ano de 2012. Os Estados Unidos, que naquele momento eram os maiores emissores anuais de CO2 e que ainda hoje são os maiores emissores de CO2 acumulado desde a Revolução Industrial, não ratificaram o acordo.A Austrália também não ratificou o protocolo em 1997, mudando a sua posição e aceitando as condições de Kyoto apenas em 2007, durante a Conferência de Bali. O protocolo apresentou possibilidades para a os países se adaptarem às metas acordadas, o que ficou conhecido como Mecanismos de Desenvolvimento Limpo, como os Créditos de Carbono. Os créditos são emitidos pelas empresas ou pelos países que conseguiram atingir as suas metas e são comprados por aqueles que não se adequaram, de maneira a incentivar uma economia mais sustentável e fomentar investimentos em fontes alternativas de energia.
•          Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento - Rio + 20, 2012: Buscou discutir o conceito de Economia Verde para alcançar o desenvolvimento sustentável e a erradicação da pobreza, assim como o papel das instituições nesse processo. Em razão de um cenário internacional voltado para a crise econômica mundial e as divergências entre os países desenvolvidos e os países emergentes, a reunião acabou produzindo muitas recomendações, mas pouco avançou no estabelecimento de metas para os diferentes grupos de países.

Júlio César Lázaro da Silva
Colaborador Brasil Escola
Graduado em Geografia pela Universidade Estadual Paulista - UNESP
Mestre em Geografia Humana pela Universidade Estadual Paulista - UNESP


Fonte: R7
 

segunda-feira, outubro 01, 2012

Apropriação verde” não passa de ideologia



Um artigo recente de três cientistas sociais britânicos promete mais dores de cabeça aos ambientalistas. Trata-se de “Green Grabbing: a new appropriation of nature?” (algo como “Acumulação verde: Uma nova modalidade de apropriação da terra?”), de James Fairhead, Melissa Leach e Ian Scoones, publicado em The Journal of Peasant Studies, Vol. 39, No. 2, páginas 237–261, 2012). Indo contra a corrente, os autores afirmam que a conservação de amostras de ecossistemas naturais através de áreas protegidas, tanto públicas como privadas, bem como a aplicação de iniciativas de compensação econômica pela retenção ou fixação de carbono, é uma perigosa réplica neoliberal do colonialismo e do neocolonialismo, que teria despojado de terra milhões de pessoas. Entre outras coisas, eles sentenciam que conservar a natureza dessa forma é uma imoralidade, embora por certo não mencionem quais são as alternativas.

Esses autores e alguns dos comentários favoráveis às suas especulações são cuidadosos em acumular num mesmo saco: (i) a compra de terras para fazer agricultura intensiva para commodities e para os supostamente desejáveis biocombustíveis, (ii) o estabelecimento de áreas protegidas, incluindo as que existem desde o século passado e, assim mesmo, (iii) os acordos entre os legítimos proprietários da terra, sejam indígenas ou camponeses, e os que negociam créditos de carbono, fora ou dentro dos acordos internacionais, como no caso da proposta conhecida como REDD ou REDD+ (redução de emissões de carbono por desmatamento e degradação evitados).  Juntar essas diferentes situações ajuda a defender a tese de que existe uma confabulação do neoliberalismo imperial para roubar a terra dos que a necessitam.

De fato, é evidente uma extraordinária expansão da demanda no mercado de terras para agricultura em todos os trópicos do mundo e, por certo, também na Amazônia, em especial na brasileira e agora também na colombiana. O pretexto “verde” para essa expansão, como no caso dos biocombustíveis é, e ninguém dúvida disso, uma falácia. Bem sabido, no processo da produção, distribuição e uso de biocombustíveis acumulam-se mais impactos negativos que positivos para o meio ambiente. Ainda assim, embora ecologicamente arriscada quando destrói florestas remanescentes, não cabe afirmar enfaticamente que a expansão atual da atividade agropecuária é sempre feita atropelando os direitos dos povos, como foi na época colonial africana. Lembre-se que na época colonial sul-americana quase ninguém se interessou por acumular terras na Amazônia.

Entretanto, os três ingleses não insistem demais nesse ponto. Ao contrário, focam suas baterias contra o estabelecimento de toda forma de áreas protegidas e os negócios de carbono. Eles nem se dão ao trabalho de distinguir entre as áreas de preservação permanente e aquelas de uso sustentável – que constituem a maior parte das áreas protegidas e que abrigam uma população local que nelas mora e trabalha, explorando os recursos naturais. Os autores tampouco oferecem cifras para justificar suas denúncias. Atacam com ferocidade todas as modalidades de transações por carbono ou por água que, como bem se sabe, em geral não geram transferência da posse sobre a terra. Nesse sentido, argumentam que as restrições ao uso da terra contidas nos acordos são injustas para com os seus habitantes.

Analisando caso a caso é, com efeito, possível que existam dentre os poucos negócios já realizados, alguns que contenham condições abusivas, especialmente quanto à repartição dos benefícios ou lucros. Outra coisa bem distante é sentenciar que toda opção de negócios de carbono é prejudicial aos povos locais. Pior, é uma inversão dos fatos. Mencionam o receio dos indígenas amazônicos por esses acordos, porém não reconhecem que estes estão aproveitando a oportunidade da aplicação de REDD ou REDD+ para reclamar ou consolidar seus direitos reais ou pretensos sobre a terra.  De qualquer modo, no Brasil, na Colômbia ou no Peru, os índios já são os maiores donos de terra na Amazônia e, obviamente, estão muito interessados nos negócios de carbono que podem beneficiá-los mais que qualquer outra iniciativa.

Os autores afirmam que suas conclusões são baseadas em evidências na África, Ásia e América. Contudo, nas 26 páginas do texto são escassas as provas de tais evidências. Na América do Sul, apenas uma é mencionada. Ela é discutível, pois se trata de uma denúncia unilateral referente a um conflito entre o turismo e habitantes do Parque Nacional Tayrona, da Colômbia. Conflitos como este ou de um caso também mencionado na Guatemala certamente ocorrem, mas são exceções e não a regra. Os poucos exemplos, controversos e cuidadosamente escolhidos para defender a tese, não dão legitimidade a uma generalização grosseira.

Preservar a natureza, para quê?

Como acontece com frequência, no intuito de ganhar notoriedade, os autores propalam uma mensagem perigosa. A conclusão óbvia da leitura deste texto é que não se deve preservar a natureza -- ela vai bem sem intervenção -- seja na forma de áreas protegidas de qualquer categoria ou através do pagamento por serviços ambientais aos donos da terra que preservam suas florestas. Isso vai contra tudo o que se sabe e o que pode ser feito para assegurar um futuro melhor à humanidade.

Na verdade, o que move os autores é pura ideologia. Eles denunciam o neoliberalismo e a economia de mercado.   Para eles, não é ético “vender natureza para salvá-la”. Novamente, o curioso é que o estabelecimento de áreas protegidas ou os negócios de carbono, tão atacados no artigo, em geral não envolvem nenhuma venda ou compra de terra.  Ou seja, elas não implicam arrebatamento de nada, o “grabbing” do título do artigo. A maior parte das áreas protegidas se estabeleceu sobre terra pública.  Os autores criticam o conceito dos certificados de conservação de áreas. Mencionam a modalidade “adote um hectare de parque” e, com óbvia má fé, ligam-na a uma alienação da propriedade, que no caso não acontece.

De outra lado, é difícil entender porque seria errado comprar terra para preservá-la.  Isso foi feito e incentivado pela The Nature Conservancy por muitas décadas e, na atualidade, grande parte da terra assim adquirida tem sido entregue aos governos, nacionais ou locais, para uso público.  A tese desses autores é um golpe baixo contra as reservas particulares de patrimônio natural do Brasil e de outros países, caso em que realmente existe compra e venda de terras. As reservas particulares são uma ferramenta essencial para a criação de corredores ecológicos. Qual é o problema de comprar terra para cuidar dela em vez de desmatar tudo para criar gado, plantar soja ou construir prédios?  

Na década de 50, protegia-se a natureza com base em argumentos éticos e estéticos. Dizia-se “o homem não tem o direito de destruir a obra de Deus”. Era a época da “proteção” da natureza. Essa filosofia pouco ajudou a conservar a natureza e seus recursos. Nos anos 80, inventou-se a “conservação” da natureza, acomodando critérios sociais e econômicos junto aos ecológicos e éticos. Mais tarde, devido ao crescimento desproporcionado da variável social, surgiu a deformação conhecida como “socioambientalismo”.  Muita terra foi aparentemente protegida, porém isso pouco adiantou, pois os habitantes dessas áreas não conseguiram compatibilizar a busca por prosperidade com conservação.

Já a partir deste século, com a chegada dos economistas ao debate, incorporaram-se outras opções mais pragmáticas, baseadas em mecanismos de mercado (“economia verde”). Elas podem funcionar melhor já que abrem um leque mais amplo de oportunidades, especialmente através do prêmio efetivo aos que cuidam do bem comum.

Contudo, esses teóricos sociais ingleses agora declaram que a Rio+20, ao preconizar a economia verde, está “pondo em risco as sociedades locais e que tem aumentado a percepção de que as soluções baseadas no mercado são a panaceia, cerceando o valor intrínseco da natureza”.

Parece que preconizam um retorno ao protecionismo contemplativo, sem proteger nada de concreto, apenas confiando na sabedoria humana.

A eventual aplicação da tese dos autores e dos seus defensores como Terry Sunderland, do Centro para a Investigação Forestal Internacional (CIFOR) -- uma instituição que no lugar de fazer pesquisa científica para o manejo sustentável das florestas, o que é seu mandato, dedica grande parte de seus esforços a promover um anacrônico socialismo florestal -- não deixaria instrumentos disponíveis para evitar o colapso do ambiente.

Com efeito, a consequência mais irritante dessa argumentação é que ela não propõe alternativas à evidência inegável da destruição do meio natural, dos recursos renováveis e do ambiente planetário. Trata-se de uma versão de esquerda do velho “laissez-faire, laissez-passer”. Nesse caso, deveria ser chamada “não se preocupe.... Deus proverá”.

((O)) Eco

terça-feira, setembro 18, 2012

NATUREZA




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Fonte: YOU TUB

CIDADES




Expansão urbana global ameaça 205 espécies de animais, diz estudo

Até 2030, novas cidades do planeta ocuparão 1,2 milhão de km² de área.
Mata Atlântica, Cerrado e outros biomas do mundo podem ser degradados.


Um novo estudo realizado por pesquisadores norte-americanos afirma que até 2030, 1,2 milhão de km² do planeta deixarão de ser áreas inabitadas ou preservadas para dar lugar a grandes cidades – uma área equivalente ao dobro do tamanho do estado da Bahia.
A pesquisa afirma ainda que ao menos 15% da Mata Atlântica e 2,5% do Cerrado, ambos biomas do Brasil, estariam ameaçados por novos aglomerados urbanos e estima que 205 espécies de anfíbios, mamíferos e aves (sendo 134 apenas do continente americano) devem ser impactadas por novos projetos de desenvolvimento, que destruiriam seus habitats.
Os números fazem parte de uma investigação científica realizada por estudiosos das universidades de Yale, Texas A&M e Boston, todas dos Estados Unidos, publicada nesta segunda-feira (17) na revista da academia americana de ciências, a “PNAS”. O estudo utilizou dados de diversas instituições, entre elas a a Organização das Nações Unidas (ONU) e o Painel Intergovernamental sobre Mudança do Clima (IPCC).
A partir da análise, os especialistas afirmam que é preciso desenvolver projetos sustentáveis para os próximos 28 anos, o que evitaria um grande impacto ao meio ambiente e às futuras gerações humanas.

Área de cerrado queimada na Floresta Nacional de Brasília  (Foto: Káthia Mello/G1)
Área de cerrado queimada na Floresta Nacional de Brasília. Bioma pode perder 2,5% de seu território devido ao crescimento da área urbana no país. (Foto: Káthia Mello/G1)
Investimento pesado para novas cidades

Serão gastos ao menos US$ 25 trilhões (cerca de R$ 50 trilhões) em infraestrutura em todos os países, sendo que somente a China investirá US$ 100 bilhões por ano. Entretanto, o estudo prevê que 48 dos 221 países deverão ter crescimento insignificante nos próximos anos.
Aliás, a Ásia será responsável por metade desses investimentos. Somente China e Índia vão consumir 55% do montante total aplicado na região. Os dois países já elaboraram planos de expansão ousados, que destruirão vilas e aldeias para transformá-las em grandes metrópoles. Na Índia, por exemplo, regiões próximas ao Himalaia deverão se tornar, no futuro, em áreas com grande densidade populacional.
Na África, segundo os pesquisadores, a taxa de desenvolvimento deverá ser 590% maior se comparada à velocidade do ano 2000. Essa expansão urbana se concentrará na Guiné, no Quênia, Uganda, Ruanda, Burundi, Nigéria e Etiópia.
Na América do Norte, onde 78% da população já vive em áreas urbanas, a ocupação do solo deverá dobrar de tamanho em 2030. Porém, apesar do crescimento, os cientistas alertam para impactos significativos sobre a biodiversidade no mundo.
De acordo com Burak Guneralp, um dos autores do estudo, é preciso repensar as políticas de conservação, “o que significaria ter mais cidades sustentáveis”. “Não é tudo pegada de carbono, como pensam os prefeitos atualmente, mas precisamos considerar como a expansão urbana implicará nas espécies não humanas e no valor dessas espécies para as gerações presentes e futuras”, explica.

Nasa Londres (Foto: Jesse Allen e Robert Simmon/Nasa Earth Observatory)Imagem da cidade de Londres iluminada pelas luzes noturnas. Planeta deve ganhar novas cidades até 2030, que ocuparão área equivalente ao dobro do tamanho do estado da Bahia -- 1,2 milhão de km². (Foto: Jesse Allen e Robert Simmon/Nasa Earth Observatory)
 
Fonte: G1

domingo, setembro 09, 2012

Baleia morta está encalhada em praia do RJ há 4 dias

Bombeiros tiveram dificuldades para remover o animal, de 40 toneladas. 
Intenção agora é partir baleia em quatro pedaços e enterrá-la numa cova.



Uma baleia da espécie Megaptera novaeangliae, chamada popularmente de jubarte, de cerca de 40 toneladas, está encalhada desde a última quinta-feira (6) na praia de Santa Clara, emSão Francisco de Itabapoana, no Rio de Janeiro.
Baleia jubarte encalhada em São Francisco de Itabapoana (Foto: Eliel Pereira/Internauta)Baleia jubarte encalhada em São Francisco de Itabapoana (Foto: Eliel Pereira/Vc no G1)
De acordo com o leitor Eliel Pereira, os bombeiros tiveram dificuldades para remover o animal. Dois tratores já tentaram puxar a baleia para o mar aberto, mas sem sucesso. A intenção agora é partir a baleia em quatro pedaços e enterrá-la numa cova na areia.

“O animal está exalando um cheiro ruim. A baleia encalhada infelizmente virou atração turística no feriado, quando vêm muitos turistas, principalmente de Minas Gerais”, diz Pereira.

A baleia já chegou à praia com a cauda cortada. De acordo com Pereira, um pescador já havia visto a baleia boiando no mar na noite do dia 5 e o avisou que ela encalharia na manhã seguinte. “É uma cena muito triste”, diz.

O trabalho de remoção da baleia recomeçará nesta segunda-feira (10).
Eliel PereiraInternauta, São Francisco de Itabapoana, RJ

Fonte: G1